segunda-feira, 7 de novembro de 2011

Hoje posto aqui esse lindo e verdadeiro texto escrito pelo Veríssimo que me foi enviado pela querida Rosany Lobão.
Elis é tudo isso e um pouco mais...
Difícil de não se gostar, de não se emocionar!!!
Cantava com todo o seu coração e emoção!

Viva Elis...
Que agora é uma estrela...
Sim, ela é uma estrela!!!!





A voz continua, viva e límpida.
Continua nos discos e nas fitas.
E continua, ainda mais límpida e mais viva, na nossa memória.
O resto é como um desenho feito a lápis, sem fixador, que vai se apagando com o tempo.
O que ela fez, o que ela disse, o que disseram dela...

A voz não se apaga.
O disco pode arranhar, a fita pode gastar, mas a voz que a gente guarda na memória continua tão nítida que até atrapalha: não podemos ouvir outra cantora sem ouvir, junto, a voz dela, e comparar.
É covardia. Ninguém mais canta como ela.

Era uma baixinha complicada.
Uma pimenta, planta miúda e ardente.
Tinha de saber como lidar, senão ela queimava.
Morreu e se transformou num milagre de botânica.
Hoje é uma flor que a música brasileira usa atrás da orelha.
E o seu nome é sempre–viva.

Ela usava a voz como um instrumento
Ela era isso, um instrumento de sopro.
Como o piston que também é pequeno e difícil mas canta como um anjo.
Só que os instrumentos, bem cuidados, duram cem anos.

E ela não se cuidou. Acabou antes do tempo.
Mas a voz continua, viva e límpida.
Continua nos discos e nas fitas.
E ainda mais viva e límpida na nossa saudade.

Luis Fernando Veríssimo

Um comentário:

  1. ANGEL,
    EU AMEI ESSE TEXTO!!
    NOSSA ,RETRATA MUITO BEM O QUE ELA FOI, O QUE AINDA É,O QUE SEMPRE SERÁ!!
    BJKS,CACÁ,

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