sexta-feira, 7 de setembro de 2012

A LEI DO AMOR

Amar o próximo como a si mesmo; fazer para os outros
o que quereríamos que os outros fizessem por nós
é a mais completa expressão da caridade.

Instruções dos Espíritos

O amor resume a doutrina de Jesus porque é o sentimento por excelência, e os sentimentos são os instintos elevados à altura do progresso realizado. No início, o homem é só instintos; avançado e corrompido, só sensações; instruído e purificado, ele tem sentimentos. E o ponto delicado do sentimento é o amor. Não no sentido vulgar e banalizado, mas como reunião de todas as aspirações e revelações que fazem o ser humano transcender-se.

Os instintos são a germinação e os embriões dos sentimentos. Para avançar, é preciso vencer aqueles em proveito destes; a riqueza futura depende do trabalho presente. O cultivo do Espírito não leva aos bens terrestres, mas à elevação gloriosa. Ao compreender a lei de amor que une todos os seres, os homens encontrarão as suaves alegrias da alma – prelúdio das alegrias celestes.

De essência divina, o amor está presente no íntimo de cada coração humano, por mais vil que ele seja. Não raro, um criminoso temido por sua crueldade é capaz de devotar viva afeição por um animal, uma planta ou um objeto, dispensando a eles os tesouros de amor depositados por Deus em seu coração, na sua criação. Não devemos crer, portanto, na esterilidade e no endurecimento do coração humano. Mesmo a contragosto, ele cede ao amor verdadeiro.

O germe de amor se desenvolve e engrandece com a moralidade e a inteligência. Mesmo comprimido pelo egoísmo, porém, é fonte das virtudes que tornam as afeições sinceras e duráveis, e nos ajudam a transpor a aridez da existência humana. Muitos limitam seu amor a um círculo íntimo de parentes ou de amigos, enquanto todos os outros lhes são indiferentes. Ora, praticar a lei de amor segundo os desígnios de Deus é amar progressivamente, sem distinção, todos os irmãos.

Não é tarefa rápida nem fácil. Ao contrário. Ainda assim, se cumprirá. A lei de amor, primeiro e mais importante preceito da nova doutrina, deverá eliminar o egoísmo sob todas as suas formas: pessoal, de família, de casta, de nacionalidade. Jesus disse: “Amai vosso próximo como a vós mesmos”. Qual o limite do próximo? A família, a seita, a nação? Não. O próximo é a humanidade toda.

Nos mundos superiores, o amor recíproco harmoniza e dirige os Espíritos avançados que os habitam. Quando a Terra, morada de prova e de exílio, for purificada pelo fogo sagrado do amor, seus habitantes praticarão a caridade, a humildade, a paciência, o devotamento, a abnegação, a resignação, o sacrifício, e se elevarão de tal modo acima da matéria que se espiritualizarão antes mesmo de deixá-la pelo desencarne.

Amar é ser leal, íntegro, consciente. É agir com os outros da forma como gostaríamos que agissem conosco. É olhar à nossa volta e amenizar a dor dos irmãos. É encarar como nossa a grande família humana. Até porque essa família nós a reencontraremos, em certo período, em mundos mais avançados, pois os Espíritos que a compõem são, como nós, filhos de Deus destinados a se elevar ao infinito.

Allan Kardec,
O Evangelho segundo o Espiritismo,
Capítulo XI.

Um comentário:

  1. AMIGA, QUE TEXTO PRECIOSO!!
    VER E VIVER O AMOR DESSA MANEIRA
    É LINDO E DEVE SER A META DE TODOS!
    AMEI ESSE TRECHO:"Ao compreender a lei de amor que une todos os seres, os homens encontrarão as suaves alegrias da alma – prelúdio das alegrias celestes".

    OBRIGADA AMIGA, POR TRAZÊ-LO,POR MOSTRÁ-LO...
    BEIJOS NO SEU CORAÇÃO!
    CACÁ

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